domingo, 28 de novembro de 2010

A velha macieira

Aqui sempre parada,
eu já vi tanta coisa, senti muitas delas.
Nesta terra de homens silentes,
de crianças contentes,
homens que não sabem poder me abraçar.

Aqui então condenada
a carregar em meu corpo forte
Os nomes dos apaixonados,
com a lâmina tatuados,
com as tintas da paixão,
ficam em mim encravados
o que no futuro será passado.

Eu sustento o ar e me alimento da luz
eu paro o vento e faço ele desviar
eu faço você respirar
e você me faz respirar
eu sou elementar.

E a flor que nasce é minha filha
as minhas tantas outras também
O fruto que dá é minha doçura
personagem do pecado do amém.

Não vejo os prédios e casas grandes,
não vejo o mar banhar a costa.
Não sei quantas coisas têm o mundo
Sei o que o vento me conta.
E os passarinhos que aqui nasceram,
e o riso das crianças que aqui balançam,
os poemas dos poetas
e os beijos dos namorados.
o amor deles
(por mim, quem sabe).

Naturalmente queira
tirar fotografia e por em um quadro
e ao mundo apresentar um retrato
de uma velha Macieira.




2 comentários:

  1. Será um poema ou será um retrato?
    Denso e bonito =)

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  2. A natureza estática de uma velha macieira... romanticamente compreensivel!

    Sempre bela... Abraços Nayaraaaaaa!!!

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