domingo, 31 de janeiro de 2010

DR Casual

A: - Se você está me dizendo que não fez isso, eu acredito. Só estou te perguntando porque 2 pessoas distintas chegaram para mim e disseram que te viram fazendo isso e eu queria saber de você.
B: - Eu não fiz isso, eu não faço, aconteceu uma vez, mas não faço mais. Quem te disse? Me viram? Não, ontem eu não fiz isso, não mesmo.
A: - Tá legal, eu acredito. Olha, eu não posso trabalhar desconfiando das pessoas, eu acredito na sua palavra e acredito que as pessoas dizem a verdade, pelo menos a maioria, porque quero que elas acreditem em mim, na minha palavra. Não quero ser contestada de forma alguma e por isso não posso viver contestando-as.
B: - Hã.
A: - Mas assim, você tem certeza, porque estava bêbado, não estava? Não que eu esteja duvidando, mas é que duas pessoas é um número bem significante, disseram suas características e tudo, que um rapaz moreno, de cabelos curtos e baixinho, por ai.
B: - Eu não fiz, p*$%ra.
C: - Calma, okay. Se você tiver feito, tudo bem, não vou ficar brava. Eu acredito em você, já disse, acredito na sua palavra, assim como quero que acredite na minha, porque um relacionamento é baseado na confiança, e blá blá blá. Então, se quiser assumir, lhe juro que não vai mudar nada.
B: - Eu não fiz!! Vem cá, e você? Já fez isso?
A: - EU???? Nunca.




Bom, dia 27 o blog fez 1 ano!
Não vou dar uma festa, porque ele não aproveitaria e somente gastaria dinheiro para amamentar os beberrões com cerveja barata.
Desculpe por não conseguir postar antes para que os senhores o parabenizasse. É que o tempo bla bla bla.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Uma questão de


Um canto, uma minissaia,
um sorriso, uma gargalhada:
Uma questão de intimidade.

Um barbudo, uma dondoca,
uma bailarina e uma maloca:
Uma questão de afinidade.

Um pouco de sal, um limão,
uma tequila e um colchão:
Uma questão de sobriedade.

Um cachorro, um gato,
um dono bravo e um sapato:
Uma questão de paridade.

Uma vontade, um filme,
uma coragem e um novo crime:
Uma questão de gravidade.

Uma grana e um bolso
uma nova conta e nosso imposto:
Uma questão de honestidade.

Um ser humano, um animal
um miliciano e um final:
Uma questão de realidade.

Um homem, um tolo,
uma revolta e um consolo:
Uma questão de sociedade.

Eu sei
é íntimo demais.
afinidade não se compra,
falta pinga nessa conta,
somos muito desiguais.

Eu sei
que tudo anda bem mais grave
e ser honesto é ser covarde,
e se o real é ver a verdade,
eis ai a sociedade.

Eu sei.




O que mais vocês sabem?



Foto - "No tudo, os olhos"; Projeto Colagens, Nayara Oliveira, novembro de 2009.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Liberdade


O que adianta ter o mundo e não ter liberdade?
O que adianta ter a liberdade e não ter o mundo?
Tudo é uma questão de conquista e esse "tudo" não depende só de nós.
Uma mosca que vooa no meu prato de sopa, um gato que passeia no muro do visinho, uma nuvem preta que estraga o verão, um pássaro silvestre, o vapor quente que sobe ao céu, os raios de sol que invadem a manhã, a gota de suor que sai do meu rosto, o peixe e o mar, o amar, o infinito...são livres em seus mundos, em qualquer decisão.
Eu, ser pensante (teoricamente), calculo as palavras, semeio os sentimentos e dou consciência a eles, sou gentil com as pessoas, tomo água (também) e como verduras, eu olho o mundo com esperança e ajudo os que precisam. Esse mesmo EU, de lirismo e saudade, por tanto pensar, não pode voar num prato de sopa ou caminhar no muro, mesmo que essas funções não lhe sejam atinentes, não consegue ter em seu mundo a liberdade.
Porque somos livres ou porque criamos uma idéia de liberdade?
Por que não sabemos quem somos.

Eu sou você e você sou Eu.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O copo de guaraná

Bom, essas personagens já são conhecidas. No "Pote de estrelas", o romance estava começando. Aqui, eles já sofrem com a rotina de um relacionamento, onde Stela sofre com a impulsividade e teme as consequências, no entanto, se omite por temer...



Tudo que eles tinham dividido era um copo de guaraná no meio da música do Stooges. Eram incontáveis os olhares e os pensamentos de desejo. A desculpa para qualquer atitude seria a bebida, mas ela não era suficiente para impedir que os impulsos cegassem a razão. Ela gostava do cabelo e da camiseta roxa, ficava imaginando a barba se confundindo com seu pescoço. Ele gostava do cabelo e das grossas coxas, ficava imaginando o que todo menino imagina.

Ela não podia, não podia, a música alta, a bebida, os olhares, a bebida, não podia, não podia. Ele mal se segurava, só queria, só queria, a bebida, as coxas, a bebida, só queria, só queria. Ele a segurava na cintura, que cintura fina! Suas mãos se encontravam, mal respiravam, os olhares desejavam, só queriam, os rostos se encostavam, ela não podia.

Os lábios, sensíveis, expressavam a sensação de um prazer primata. O que importa o mundo? A oralidade freudiana era facilmente aplicada com tanta histeria e perfeição. As mãos, os pés, os corpos e o prazer. O beijo!
Uma respiração e tudo retorna a girar. Assim, a consciência invade a mente mais culpada acusando racionalidade ou a sua falta, como o crime, como o castigo pelo pecado capital.

Ela não agüentou, saiu correndo como se o banheiro gritasse por seu nome. Ele entendeu, mas não pensou. Olhou para bunda da garota do lado e seguiu trespassando na batida da música. Ela, no banheiro, chorou. De raiva, de prazer, de orgulho, de medo, de todas as crises que as mulheres sentem quando sabem que fez algo que não deveria fazer, mas que adoraram. No fundo, há coisas que nunca deveriam ser feitas, há coisas que não se faz.

Stela não conseguia tirar aquele copo de guaraná da cabeça. Começou a sentir nojo da sua imagem refletida no espelho. Era somente um impulso de prazer, mas que pagaria um preço muito caro. Haveria lugar para sua impulsividade no mundo ou o mundo era racional demais? Arquétipos.

Abriu os olhos e estava sozinha no seu quarto já era noite. Pausou o LP e tomou o resto da Artrois que faltava. Pegou o telefone, discou os números que decorara. Fábio atendeu como de costume, e com todo carinho do mundo, Stela começou a contar um conto de fadas para ele dormir.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Mais inspiração

Taí, o racionalismo me pegou.
Estava na praia, bem a vontade com papel e caneta na mão. Fui buscar inspiração na natureza, nas pessoas,no sol. Comecei a escrever:
"Vim de longe e coloquei-me a compor,versos tristes de saudade, das raízes que ficaram, da semente que fui, do pôr-do-sol acinzentado, do ganizé apaixonado."
Parei, olhei pro mar, olhei pros bêbados, olhei pro surfista e ele olhou pra mim tbm.
Não conseguia continuar, talvez conseguisse escrevendo pra vocês, mas não no local da inspiração.
Os PMs de bermudas passaram, me olharam, é claro, mas não sei se com os olhos do Estado ou do estado.
"Alguém me disse que os pássaros voaram e não olharam pra trás, eu também não olhei
e agora eu e os pássaros, somos passado."
Parei, novamente. Os PMs voltaram e abordaram um jovem.
Fiquei pensando nas hipóteses, nos crimes, prevendo os atos: "Se encontrarem um cigarro de maconha, crime de porte de droga, art. 28 da Lei 11.343/06,termo circunstanciado, se encontrarem vários cigarros e uma grana, tráfico, art. 33. Se o moleque começar a bater boca com eles, e espernear, resistência, art. 329 do Código Penal, mas tem súmula que não considera, o promotor iria arquivar, ou desacato, art. 330 do CP, não não. Se o PM bater nele, abuso de autoridade, os PM não são punidos..."
E assim, joguei fora toda a minha inspiração.
Eu tenho casa, família, uma bicicleta e um cabelo liso, mas não tenho inspiração.
Estão racionalizando meus pensamentos
Estão tirando minha P.arte.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Poema novo


Um conto para o novo ano
Um desconto para os atrasos.
E os novos velhos planos?
Presentes na agenda.
Entenda, esse é só o começo
do início do passado.

O natal já passou para desejar-lhes um feliz natal,  no entanto, ainda é tempo de dizer:
Um ótimo 2010 a todos.