segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Uma questão de


Um canto, uma minissaia,
um sorriso, uma gargalhada:
Uma questão de intimidade.

Um barbudo, uma dondoca,
uma bailarina e uma maloca:
Uma questão de afinidade.

Um pouco de sal, um limão,
uma tequila e um colchão:
Uma questão de sobriedade.

Um cachorro, um gato,
um dono bravo e um sapato:
Uma questão de paridade.

Uma vontade, um filme,
uma coragem e um novo crime:
Uma questão de gravidade.

Uma grana e um bolso
uma nova conta e nosso imposto:
Uma questão de honestidade.

Um ser humano, um animal
um miliciano e um final:
Uma questão de realidade.

Um homem, um tolo,
uma revolta e um consolo:
Uma questão de sociedade.

Eu sei
é íntimo demais.
afinidade não se compra,
falta pinga nessa conta,
somos muito desiguais.

Eu sei
que tudo anda bem mais grave
e ser honesto é ser covarde,
e se o real é ver a verdade,
eis ai a sociedade.

Eu sei.




O que mais vocês sabem?



Foto - "No tudo, os olhos"; Projeto Colagens, Nayara Oliveira, novembro de 2009.

3 comentários:

  1. Eu sei que este poema parece ter sido coberto pelo manto da confusão e que para muitos ele não fará o menor sentido.
    Reconheço suas imperfeições e obscuridades, mas entendam o que for, mas já digo só se consegue entendê-lo, quando se para pra pensar, não é um poema fast-food.
    Assim, como ele, a colagem e minha vida.
    Obrigada


    Ps: está chegando

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  2. Pra mim fez tanto sentinddo,eu sei.
    Eu tb sei um SECRET ;)

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  3. Muito bacana, Nayara...gostei do jogo com as palavras e as situações..."tequila e um colchão"? booommm...rsrs

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