Um canto, uma minissaia,
um sorriso, uma gargalhada:
Uma questão de intimidade.
Um barbudo, uma dondoca,
uma bailarina e uma maloca:
Uma questão de afinidade.
Um pouco de sal, um limão,
uma tequila e um colchão:
Uma questão de sobriedade.
Um cachorro, um gato,
um dono bravo e um sapato:
Uma questão de paridade.
Uma vontade, um filme,
uma coragem e um novo crime:
Uma questão de gravidade.
Uma grana e um bolso
uma nova conta e nosso imposto:
Uma questão de honestidade.
Um ser humano, um animal
um miliciano e um final:
Uma questão de realidade.
Um homem, um tolo,
uma revolta e um consolo:
Uma questão de sociedade.
Eu sei
é íntimo demais.
afinidade não se compra,
falta pinga nessa conta,
somos muito desiguais.
Eu sei
que tudo anda bem mais grave
e ser honesto é ser covarde,
e se o real é ver a verdade,
eis ai a sociedade.
Eu sei.
O que mais vocês sabem?
Foto - "No tudo, os olhos"; Projeto Colagens, Nayara Oliveira, novembro de 2009.
Eu sei que este poema parece ter sido coberto pelo manto da confusão e que para muitos ele não fará o menor sentido.
ResponderExcluirReconheço suas imperfeições e obscuridades, mas entendam o que for, mas já digo só se consegue entendê-lo, quando se para pra pensar, não é um poema fast-food.
Assim, como ele, a colagem e minha vida.
Obrigada
Ps: está chegando
Pra mim fez tanto sentinddo,eu sei.
ResponderExcluirEu tb sei um SECRET ;)
Muito bacana, Nayara...gostei do jogo com as palavras e as situações..."tequila e um colchão"? booommm...rsrs
ResponderExcluir