quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aos Ricardos e Reis


Ninguém a outro ama, senão que ama
O que de si há nele, ou é suposto.
Nada te pese que não te amem. Sentem-te
Quem és, e és estrangeiro.
Cura de ser quem és, amam-te ou nunca.
firme contigo, sofrerás avaro
De penas.

Ricardo Reis






Eu amei um Ricardo
e pelo visto ainda amo.
Amei-o por dentro,
por palavras e canto.
Um suposto sentimento
de afago e tanto
que há dele em meu peito.


Eu amei um Rei
e pelo visto tanto amava
Desconhecido que sei
em mim se encontrava.
Um suposto de dentro
sentindo-me e sendo (em nós) 
o que em mim tem feito.

Nayara Oliveira