sábado, 24 de outubro de 2009

Foto do texto "enquanto isso o mundo rodava"

Sábados

Sábado 1
Faz três exatas semanas que não há Luz no meu quarto.
Durante o dia, o sol me engana, mas a noite tudo é bem oculto.
Eu me perco nas minhas verdades, que nem consigo ver, como o sapato jogado no canto ou a poesia.
Comprei uma lâmpada, mas não serviu.
As lâmpadas costumavam ser mágicas, até a morte dos gênios. Nunca pensei em contar isso a vocês...
Num tropeço, perdi-me e os meus olhos não estavam fechados, não conseguiam ver o que era necessário ver(?)(!). Encontrar? Tarefa fácil para o disque denúncia, mas não para mim.
Falta Luz no meu quarto, falta Luz em mim.








Sábado 2
Frase de ontem e de hoje: "Há coisas que não deveriam ser feitas"
Eu continuo a fazer o que meu o meu ID deseja, contrariando o jogo dos vencedores e repetindo a frase que eu não aprendo.
Pelo binômio "a que se faz o se que paga", pago com a solidão.
tá me ouvindo?






Sábado 3
Pediram pra que contasse uma piada neste refúgio.
Deixo-a para vocês.

sábado, 17 de outubro de 2009

O corpo vadio e a fome sadia

São tantas coisas que o corpo precisa que não é raro o desejo, assim como não é raro ceder quando se pode, se deve, se engana, se quer. E os desejos que nos levam a eloquëncia, que leva a insanidade. Há coisas que eu digo ser insanas.
O corpo tem sede de um copo de esperança, a crença e a pujança. Tome um copo de dor.
Qual a medida da vontade insaciável? Sempre a procura, a procura de quê?
O corpo tem fome de um pedaço de homem. Nós, destinatários, seguimos sempre o final.
O corpo vadio e a fome sadia.
A mente calada sempre obedece as palavras do tudo e do nada, mais do nada.
Não há fome maior que a da fé e o amor.
Não há homem maior que aquele da coragem. Coragem de ser mais humano e dominar sua fome.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Enquanto isso o mundo rodava

Duas rodas e uma idéia na cabeça. Mas o dia está nublado. Tudo bem, é domingo e os amigos querem ser politicamente felizes. A chuva fininha não tira o glamour da conversa do banco da praia, nem a filosofia do bando e da árvore. Enquanto isso o mundo rodava...
Quais rodas ele utilizava? Nós não sabiamos. Eram seis rodas indo buscar duas pernas. A direção? Deixa o vento pedalar. A garupa tremia e Ela temia. A cerveja barata* e o pão de batata. Intimidades. Eram eles e eram elas, eramos nós. Enquanto isso a chuva e o mundo rodava...
Junto com ele rodava as provas, as teorias e dialéticas, rodam os sentimentos sofridos e as andanças escuras, roda tudo com velocidade, rodam minhas rodas, os pés e os pedais.
Seis rodas, oito pernas, seis rodas e uma garupa. Dois garotos, duas garotas. A vida em um momento. Enquanto isso o mundo rodava...
Spining!
à Kika
Ao Guilherme
Ao Ivo
Ao domingo
à magrela vermelha.

*Por questões diplomáticas, digo que a cerveja estava barata. Nunca se encontra uma Norteña com aquele preço...