domingo, 4 de julho de 2010

Poesia pra ir


Como quem anda a olhos cegos
pelos passos de linhas tortas,
que despidos procuram o reto
por espasmos entre-portas.

O cabelo consome o vento
como o desejo consome a ida.
Meu caminho persegue o intento
de curar a vida tolhida.

Sou eu que vou a ti
com armas de cortar atrito
com flores de cheirar bonito
com lágrimas que não senti.

Sou eu chegando em ti
pra acariciar teu gênio forte
pra me deitar e dar suporte
pra sustentar o que menti.

E de quem chega à peças fracas
Por seguir a estrela D'alma,
olhei na fenda da brisa larga
e vi seus olhos em minha palma.

Eu fui e te vi aqui
Você já estava lá
Amanhã comigo.
Ontem, agora
em todo lugar.




Foto: "To chegando", Série "ComCentro", Santos, 2010.

3 comentários:

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