domingo, 30 de agosto de 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
A porta
Ele tentou abrir a porta, mas estava trancada. Foi olhar no bolso e cadê as chaves? Elas não estavam lá. Tocou a campanhia, mas ninguém atendeu. Apertou mais uma vez, nada. Ligou na sua casa, tu....tu.....tu...tu...tu, nada. Apertou novamente,nada. Até que sentou no chão e deixou seus dedos ficarem tocando em vão. Encostou a cabeça e tentou dormir, mas pelo visto nada estava dando certo. Só tentativas mal sucedidas.
Só de pensar que era somente uma porta, fina, feita de madeira pobre e de um branco azedo que o separava da sua cama, do seu conforto, do seu chuveiro e da geladeira cheia de leite. Era uma porta que o separava do seu mundo. Nunca tinha imaginado ficar para fora, nunca tinha pensado que um dia poderia não mais entrar.
Seus dedos, agora desesperados, tocavam com tanta força que vermelhos, quase gritam de dor. Pensou em arrombar, mas sabia que não tinha dinheiro pra arrumar e sabia que ela ficaria intensamente furiosa. Seria invasão de domicílio? Bobagens...
Por um momento achou que fosse maldade dela, mas pensou também que seria impossível ela não ter escutando a companhia ainda.
Queria ligar pra ela, dizer que estava cansado de esperar pra ela abrir a porta, dizer que tudo o que ele pensa na vida é em faze-la feliz, mas que as vezes ele tem bobeirisse, culpa dos amigos.
Que a campainha não é só o alarde de seu coração, e que ele realmente a ama.
De repente, a porta abre. Já eram 7:30 da manhã. Ela olha pra ele, ele olha pra ela.
- Você não se cansa de bater?
- Ele ainda está ai?
- Ele mora aqui.
- Ele pode morar nas minhas coisas, pode ter as chaves, eu não ligo...
- Então porque está aqui?
- Porque foi eu quem construiu essa porta e por mais que eu encontre-a fechada, ela sabe que sou eu quem a ama de verdade.
Só de pensar que era somente uma porta, fina, feita de madeira pobre e de um branco azedo que o separava da sua cama, do seu conforto, do seu chuveiro e da geladeira cheia de leite. Era uma porta que o separava do seu mundo. Nunca tinha imaginado ficar para fora, nunca tinha pensado que um dia poderia não mais entrar.
Seus dedos, agora desesperados, tocavam com tanta força que vermelhos, quase gritam de dor. Pensou em arrombar, mas sabia que não tinha dinheiro pra arrumar e sabia que ela ficaria intensamente furiosa. Seria invasão de domicílio? Bobagens...
Por um momento achou que fosse maldade dela, mas pensou também que seria impossível ela não ter escutando a companhia ainda.
Queria ligar pra ela, dizer que estava cansado de esperar pra ela abrir a porta, dizer que tudo o que ele pensa na vida é em faze-la feliz, mas que as vezes ele tem bobeirisse, culpa dos amigos.
Que a campainha não é só o alarde de seu coração, e que ele realmente a ama.
De repente, a porta abre. Já eram 7:30 da manhã. Ela olha pra ele, ele olha pra ela.
- Você não se cansa de bater?
- Ele ainda está ai?
- Ele mora aqui.
- Ele pode morar nas minhas coisas, pode ter as chaves, eu não ligo...
- Então porque está aqui?
- Porque foi eu quem construiu essa porta e por mais que eu encontre-a fechada, ela sabe que sou eu quem a ama de verdade.
domingo, 23 de agosto de 2009
Enfim, 21!
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Diálogo
Na madrugada de sábado, antes do sol nascer e depois que a lua se retirou, bêbada e perdida, sozinha e sentada na beira de um lago. Senta ao seu lado um pombo cinza. Os dois estavam cansados demais pra se perceber, olhando laconicamente pro nada em sua frente, ela diz:
- Você é sujo!
Ele retruca no mesmo tom ecoante e preguiçoso:
- Você é suja.
- Sua pena é nojenta!
- Sua pele é nojenta.
- Suas asas são manchadas e gordurosas!
- Sua alma é manchada e gordurosa.
- Pombo maldito, saia daqui se não quiser virar Yakissoba!
Ele voou e ela ficou.
Ela olhou pro espelho d'água e não se viu mais.
- Você é sujo!
Ele retruca no mesmo tom ecoante e preguiçoso:
- Você é suja.
- Sua pena é nojenta!
- Sua pele é nojenta.
- Suas asas são manchadas e gordurosas!
- Sua alma é manchada e gordurosa.
- Pombo maldito, saia daqui se não quiser virar Yakissoba!
Ele voou e ela ficou.
Ela olhou pro espelho d'água e não se viu mais.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Papel em branco
Externizar meus pensamentos
limitados, limitados
numa caixinha A4 virtual
ilimitada, ilimitada.
Aos olhos de quem?
sépticos, céticos
que olham com desdém,
encanados, encantados.
Mas do que são feitos?
de trapos, tratos
de uma memória atemporal,
dialética, epilética.
Necessitam ou necessidade?
preciso, precioso
A mim, aqui, a viagem
coifeite, enfeite.
Um tanto diabético
Cardíaco e sintético
Confuso e difuso
Socrático, apático
Brincar nesta brancura
Esquecer de tecer a regra
Pensar no impossível
e fazer imaginar.
Agora que sou livre
posso dizer em composição:
Meus pensamentos são
minha doce loucura.
Ouvindo Le Tigre
limitados, limitados
numa caixinha A4 virtual
ilimitada, ilimitada.
Aos olhos de quem?
sépticos, céticos
que olham com desdém,
encanados, encantados.
Mas do que são feitos?
de trapos, tratos
de uma memória atemporal,
dialética, epilética.
Necessitam ou necessidade?
preciso, precioso
A mim, aqui, a viagem
coifeite, enfeite.
Um tanto diabético
Cardíaco e sintético
Confuso e difuso
Socrático, apático
Brincar nesta brancura
Esquecer de tecer a regra
Pensar no impossível
e fazer imaginar.
Agora que sou livre
posso dizer em composição:
Meus pensamentos são
minha doce loucura.
Ouvindo Le Tigre
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