quinta-feira, 3 de junho de 2010

A liberdade do sentimento e a escravidão do pensar


Você pode sentir o frio, você pode sentir o calor, você pode sentir a poesia em seus lábios, o vento tapear seu rosto e sentir saudades da brisa do mar, porque é livre junto com o mundo. Você pode voar a bordo de um pequeno coração alado. Pode fazer o que bem entender da vida e pode escolher para onde seus olhos irão direcionar. Mas a liberdade tem um custo: a escravidão dos pensamentos.

Ficam retidos na lembrança, limitados no pensamento do pensamento, acondicionados na memória remota das coisas que foram importantes, mas que não foram notadas, como a maneira que a mulher grávida te olhou ou o porquê daquela pessoa estranha te defender, sem saber qual sua cor favorita. Seu pensamento não te acompanha, fica matutando o que já foi pensado, fica decifrando o código que não tem lógica, fica a racionalizar o coração.

Controlamos nossas escolhas? Qual liberdade é mais importante: a do sentir ou a do pensar? Ou as duas são a mesma em máscaras diferentes que se apresentam em carnavais distintos? O fato é que pensamos que podemos sentir, quando na verdade já sentimos involuntariamente ou sentimos quando podemos, mas na verdade já pensamos antes de poder.

Meu sentimento é livre, mas meus pensamentos não. Sigo em busca de alforria ou de outra escravidão.


Foto: "Tic", 2009, em uma rua de S2P

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