sexta-feira, 20 de março de 2009

A atração e a gravitação


Este trecho abaixo exposto é uma nota de roda pé do livro "Dos delitos e das penas" de Cesare Beccaria. Ele está falando do crime de adultério (que nosso ordenamento jurídico não é mais crime), onde ele tenta explicar o porquê do adultério dizendo que é um crime observado sob o ponto de vista político e que é comum uma vez que tem como prisma a atração que os dois sexos sentem um pelo outro.
Eu não quero discutir a traição aqui, deixo essa discução pra outro dia (quem sabe quando estiver doendo em mim). O que quero é mostrar a bonita comparação da atração sexual humana com a gravitação universal que ele faz. Vejamos:

" Essa atração, parece em muitas coisas com a gravitação universal. A força dessas duas causas diminuem com a distância. Se a gravitação altera os movimentos dos corpos, a atração natural de um sexo por outro atinge todos os movimentos da alma, enquanto perdurar sua atividade. Tais causas são diferentes pelo fato de que a gravitação se coloca em equilíbrio com os obstáculos que acha, enquanto a paixão do amor adquire com os obstáculos mis força e vigor."

Aqui ele dá o mesmo sentido a atração natural com a paixão do amor. Ao meu ver, toda paixão tem atração natural, mas nem toda atração natural tem paixão. E se formos pensar no que sentimos quando se é atraído por alguém, no descontrole que temos sobre nossa razão quando estamos "doentes desse mal (ou bem)" fica quase perfeita comparação com com a gravitação universal. Da mesma forma que a maçã sente uma atração natural pela terra, nós seres humanos temos por nós mesmos.

Um comentário:

Deixe sua alegria após o sinal, biiiiiiiip!