domingo, 13 de setembro de 2009

Romance Moderno

Para falar de romance hoje em dia, necessariamente, se começa dizendo: "Ah, sei lá!Nós estamos saindo, ficando, se divertindo...". E assim acaba a frase daqueles que estão apaixonados e jamais admitem, daqueles que estão pegando, daqueles que amam, daqueles que não tem nada melhor pra fazer, daqueles que estão em dúvida da sexualidade, daqueles que estão carentes, daqueles que só querem fornicar. Mas todos estão a procura de um romance.

Romance, uma palavra tão ampla que, em sumo, pode ser definido como "ter uma relação amorosa" ou como "um gênero narrativo". Mas um romance tem uma conotação mais subjetiva, mas individual, onde cada um dá o seu sentido à palavra, porque cada um vê o romance de uma maneira.

No entanto, pelo menos pra mim, a palavra romance me faz lembrar os olhares no baile, a valsinha de rosto colado, o coração desesperado de tanta emoção. Conceitos antigos que bastaram ser vividos pelos meus avós e por mim mas telas de um cinema em p&b ou nas páginas de uma Jane Austin. Dá pra sentir o gosto...

Agora, junto com a era miojo, criamos o romance moderno. Que não foi só readaptado, mas também modificado. Hoje, todo mundo vive vários romances instantâneos e momentâneos, com várias pessoas ou sozinhos. Extremamente intensos, mas vazios. Sem correntes ou apegos, mas com muita intimidade, intimidade sem casamento. Sem cobranças de fidelidade, mas com uma conta alta no final do mês. Tudo muito livre, muito moderninho.

Eu acredito que a minha geração é uma grande bola de carência, que não ensinaram a esperar, a conquistar, ou a fixar.Totalmente perdidos, sim, nós estamos.

Romancear é fazer arte e, é claro, faz p.arte da evolução da nossa vida. É tão arte como a pintura ou a música, que vive seu lado contemporâneo, modernista de ser. Por isso se vê romance numa tela de Gaudí ou na música do Daft Punk.

Não há frase mais estranha que "não temos nada mesmo" digna de um romance moderno. Agora, como não há nada, se já se fez de tudo?! Há, sim, a insegurança. Não entendo, mas compreendo. E o sistema roda, gago e sem óleo, mas roda. Até encontrar sua identidade.

Carência, falta de tempo, valores a vida, amigos e diversão. Não generalizo, muito menos faço de mim uma questão. Mas é só dar uma volta por ai pra olhar nos olhos das pessoas que elas te dirão o conceito de romance moderno.

Enquanto isso, na lanchonete, eu faço meu romance modernista até encontrar uma métrica.


Para Damaris, minha dama.
Para Kika, minha querida.
Para os meus amores de todos os gêneros.

2 comentários:

  1. Mais nada a acrescentar, você já disse tudo...

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  2. Seus textos são muito bons! Me apeguei a esse em especial... Talvez por causa do final de um relacionamento com uma pessoa que achei que não terminaria. Enfim, terminou. Talvez tenha sido isso: Fatalismo.

    Mesmo dentro dessa esporadicidade comentarial, tornar-me-ia consternado na verdadeira transvalorização de valores se não viesse a dizer-te. Sois linda.
    From: Vizinho do 33.

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