Uma chama acesa na fogueira:
o fogo não basta para queimar.
Uma luz no fundo e o sol nascido:
a claridade não basta para enxergar.
A chuva torrente e o mar profundo:
a água não basta para saciar.
A terra batida e os pés descalços:
a energia não basta para sentir.
A fotossíntese e o ar que respiro:
o oxigênio não basta para respirar.
A simplicidade não basta
o saber também.
Dessa realidade tão vasta
alheia ao aquém.
Uma vida não basta,
ao que a felicidade detém
e o que o homem afasta
o passado retém.
E na mesma palavra
de imaginação tão casta
a amplitude de um poema
por si só, não basta.
Tudo é muito mais do que realmente é
e muito menos do que pensamos ser.
Eu por mim não me basto.
Exposição: Urban Manners 2 - Sesc Pompéia, abril 2010
artístas: Thukral & Tagram (Índia)
Amei o poema! Está realmente lindo, Nana.
ResponderExcluirParabéns!
lindo, lindo =)
ResponderExcluirum poema com um ritmo contagiante!!!
Nada basta
ResponderExcluirMuito bom, fiquei preso a ele desde o inicio até o fim, quando ele me soltou.
Beijão!!!