domingo, 15 de fevereiro de 2009

Inconstitucionalissimamente

Quando criança, indo pra escola, me lembro de uma passagem que se deu na perua escolar.
Tinha uns 6 anos, aproximadamente, e brincávamos de falar as palavras mais complicadas. Pra mim era LI-QUI-DI-FI-CA-DOR. Acho que por causa do "qui". Eis que surge a palavra IN-CONS-TI-TU-CI-O-NA-LIS-SI-MA-MEN-TE.
Mewww, muiiiito grande e difícil! eu sabia o que era liquidificador, mas essa palavra gigantesca eu não fazia a menor idéia. Fiquei repetindo pra não esquecer. De fato, não esqueci e hoje nem dá pra esquecer.

Inconstitucionalissimamente,
eu dei licor de coco com água-ardente
para as crianças carentes
dizendo que era leite.

Inconstitucionalissimamente,
eu fiz bolo de haxixe
reguei com caldo de pimenta
e dei pros velhinhos do asilo.

Inconstitucionalissimamente,
eu furtei o Manuel
disse que foi o José
a mando de Maria.

Inconstitucionalissimamente,
eu roubei, seqüestrei,
extorqui, torturei
xinguei a mãe e matei.

Inconstitucionalissimamente,
eu vesti terno e gravata
menti pra ser votado
consegui ser presidente do Senado.

Inconstitucionalissimamente,
me obrigaram a carregar
um livrinho chato na mão
chamado CONS-TI-TU-I-ÇÃO.




constitui"são"
constituisomos!
Eu não constitui nada...
Eu não sou nada...
Não assim!

2 comentários:

  1. Tá bom, Nana. Juro que não esqueço mais da palavra. hehehehe

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  2. um poema bem "constituído"
    lembro que eu ganhei na forca uma vez usando essa palavra...

    PS: Eu não sei quem inventou o amor...

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