quinta-feira, 18 de junho de 2009

Papel de Parede

Aos Segredos teus.
Enquanto eu gloso o seu rosto num canto de um conto da literatura, você interpreta uma conversa reta sem destino ou extinção de um dramaturgo importante. Mal sabe você que do lado destas pilhas de livros de antropologia comportamental, sociologia das vacâncias e dos "Principais autores de peças teatrais" há alguém, que além de Shakespeare, também lhe repara muito bem, querido (Ro)meu. Você olha pro livros com tanto amor, como é possivel não me olhar? Eu sei que sonha em ser um bom ator e que quer comprar uma casa na praia de Ipanema pra sua mãe descansar. Digo-lhe, oh Amado! Para ser Rei é necessário ter Rainha, uma mulher que te dê impulsos, carinho e prazer. Cuide-te como Helena, te dê o iluminismo de Jane Austin ou te dediques como Sônietchka, como num romance russo.
Mas só vês as portas e as estantes e o único papel que faço na sua vida, é este que te corres o olhas e nem nota, figurino da sua ascensão, tal como a parede, tal como o chão.
Dos segredos meus.

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