sexta-feira, 10 de abril de 2009

Depois do almoço

Depois do almoço é sempre triste, todos os arrependimentos alimentares montam nas minhas costas e me prendem no sofá. O ócio talvez seja o meu melhor aliado, porém é também amigo da depressão, assim, vivo na corda bamba entre o prazer e o desespero. Isso tudo porque nós pensamos que podiamos dominar os sentimentos e os sentidos, toda via, não dominamos nem as nossas pernas. Cresci acreditando que o homem era o animal racional e que fazia sua história. Agora, vejo que a história é muito mais triste do que gloriosa. Há aqueles que sustentam a teoria de que pra ganhar é preciso perder, mas eu vejo que perdemos muito mais do que ganhamos e quando isso acontece, a perda é em dobro mais agressiva.

Até que ponto essas facilidades que nos fascinam é boa? É a coisa que eu mais quero saber, uma das, na verdade. Porque eu quero saber de tanta coisa que o google não me diz, ou não quer dizer. Eu consegui virtualizar meus sentimentos. Virtualmente eu sou mais feliz. Eu sou bonita, inteligente - todo mundo é inteligente quando se tem uma aba do google aberta - eu tenho carinho e sou amada, todo mundo me ama. Mas ao mesmo tempo  o abandono que canta nos meu ouvidos virou a trilha sonora dos meu dias. Tudo está mais fácil, porém vivemos (porque eu não sou a única a sentir isso) em uma galática crise existencial.

Queria eu ser dominadora de sentimentos e sentidos. Não somos, homens, não somos. Dominamos nosso conoscivo, porém negamos com todas as forças a sentimentalidade. Eu não adoeço mais quando vejo alguem pedindo esmolas na rua, eu nem ligo. E quando alguém grita? Será que eu escuto? Eu só ouço aquilo que me convém. Estou com saudades do radinho de pilha que não tive. Cansada, ligo o meu computador e vou ver quem entrou no meu orkut antes de estudar. Acho que comi demais.

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