quarta-feira, 27 de maio de 2009

Retrato do meu porta-dia

O retrato
A casa mais bonita da rua é amarela, espero que um dia ela pisque pra mim, mas eu nunca tenho tempo de olhar pra ela diretamente. Os três barcos vermelhos que passaram por mim na praia, não entraram no ônibus e ficaram a ver os navios. A barquinha me coloca nos braços e me embala numa canção marítima suave que os anjos sabem bem qual é, menos o senhor do lado que mal sentou de tanta pressa, mais a senhora do lado que é a própria pintura em tela de um quadro (social) de Monet. No trabalho todo mundo sorri, mas ninguém está feliz. O sorriso é o crachá de identificação. O Rapaz de blusa branca entrou no ônibus na volta, ele não olhou pra mim, mas eu bem que olhei pra ele. É certo que ele tinha as costas muito bonitas, é certo que eu sou tímida demais. O gato creme, com olhos cor de brilhante pousou numa foto pra mim. Está tudo no meu porta-dia.

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